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BINÓCULOS, TELESCÓPIOS E FOTOGRAFIA |
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No século VII, os árabes
instalaram observatórios em Bagdá, Cairo, Damasco
e outros centros importantes, e construíram quadrantes e torqueti, idealizados
por Ptolomeu, assim como ampulhetas, astrolábios e esfera armilares. Quando
conquistaram a Espanha no século XI, os árabes estabeleceram observatórios
nestes novos centros, de modo que a astronomia passou para a Europa sem
interrupção.
A maioria dos historiadores
aceita que o primeiro telescópio foi construído pelo holandês Hans Lippershey,
em 1608, na cidade de Middlesburg, Holanda. Galileo construiu o seu próprio
telescópio, com aumento de 3 vezes, em 1610. Em seguida construiu outros
instrumentos, o melhor com 30 vezes de aumento. Estes telescópios eram refratores,
com lentes como o grande telescópio construído por William Herschel.
É verdade que é possível
observar muitos objetos a olho nu, também é fato de que um auxiliar de visão
é sempre bem vindo.
Binóculos
Depois de uma primeira
fase de observação a olho nu, a evolução natural para um astrônomo amador
é a aquisição de um binóculos. Em Astronomia mais do que ampliar muito
as imagens é preciso vê-las. Assim é muito mais importante o poder de
captação de luz de um instrumento do que a capacidade de ampliações elevadas.
Como referência podemos considerar como um bom binóculo do tipo 7 x 50 ou
10 x 50, isto é, tem lentes com 50 mm de diâmetro e ampliam 7 ou 10 vezes.
Com este instrumento já é possível ver estrelas onde os olhos não viam nada.
Posteriormente, com o aprendizado e conhecendo o céu pode-se partir para
outros binóculos, como o 25X100, que é um ótimo binóculo para cometas,
variáveis, etc...
Os binóculos devem,
para astronomia, ter uma relação entre o diâmetro da lente e seu
aumento. Quanto maior o numero desta relação, mais luz entrará na retina
dos olhos, portanto, um maior número de objeto podem ser observados.
Esta relação chama-se pupila de saída, e consegue-se esse número
dividindo o diâmetro da objetiva pela magnificação.
Ex: em um binóculo
7x50, se dividimos 50 por 7 obtemos a pupila de saída 7,1mm. Se for um
8x40 a pupila de saída será 5mm. E um 10x50 a pupila também será 5mm.
No Homem a pupila tem
um diâmetro de 2 a 4mm durante o dia e 5 a 9mm no escuro. Se obtêm
imagens mais claras quando a pupila de saída do binóculo é igual ou
próxima a dos olhos.
Existe também, o
binóculo infravermelho que permite a visão em situações de baixíssima
luminosidade. Possui um intensificador de imagens que amplifica a luz e
a imagem é projetada em uma pequena tela situada na frente da ocular. O
resultado é uma imagem esverdeada devido ao tipo de fósforo utilizado
nesta tela. Geralmente possui baixa magnificação, entre 3 e 6 vezes.
Telescópios
Basicamente, podemos dizer
que um telescópio é um instrumento óptico que permite ampliar as imagens
observadas. De modo geral, os telescópios são constituídos por dois sistemas
ópticos: a objetiva e a ocular.
-
A objetiva tem como finalidade
receber a luz que vem do objeto observado, formando uma imagem (a imagem
primária).
-
A ocular, é a lente que
amplia a imagem primária que vem da objetiva.
A parte mais importante
do telescópio é a objetiva. É da sua qualidade que vai fazer que a imagem
observada seja bem definida, nítida e bem contrastada. Uma objetiva de má
qualidade vai sempre produzir, independentemente da qualidade da ocular,
uma imagem má.
O diâmetro da objetiva
de um telescópio (abertura) determina a quantidade de luz que o aparelho
vai receber. Como a área de um circulo é medida pela fórmula A=p*R2,
um telescópio que tenha o dobro da abertura que outro telescópio, recebe
4 vezes mais luz, enquanto que um com uma abertura três vezes maior recebe
9 vezes mais luz.
A capacidade de captação
de luz de um instrumento óptico
é avaliada através da sua razão de abertura ( f
). Isto é, o quociente entre a distância focal da sua objetiva (distância
a partir da lente à qual os raios luminosos convergem num mesmo ponto: o
foco da lente) e o diâmetro da mesma.
f = distância focal da objetiva
/ diâmetro da objetiva
Quanto menor for este quociente
mais luminosa é a imagem que se obtêm.
É comum relacionar as capacidades
de um telescópio com a sua abertura ( isto é, o diâmetro da sua objetiva).
Assim:
ampliação = distância
focal da objetiva / distância focal da ocular
Existem diversos tipos
de telescópios. Quanto ao tipo de objetiva, classificam-se em Refratores,
Refletores e Catadióptricos.
Telescópios refratores
Nos
telescópios refratores, a objetiva é constituída por uma lente convergente.
A luz atravessa a objetiva e a imagem forma-se por refração na ocular.
Os
telescópios refratores
usam uma lente de vidro como sua objetiva.
Os pequenos telescópios
vendidos nas lojas são refratores.
Vantagens de um telescópio refrator
-
os telescópios refratores
são robustos. Depois do alinhamento inicial, é mais resistente ao desalinhamento
do que os telescópios refletores.
-
a superfície de vidro
dentro do tubo está selada, de modo que ela
raramente precisa de limpeza.
-
uma vez que o tubo é
isolado, os efeitos de variações de temperatura são eliminados. Isto significa
que as imagens mais estabilizadas.
-
Desvantagens de
um telescópio refrator
-
todos os telescópios
refratores sofrem de um efeito chamado aberração cromática (distorção
ou desvio da cor).
-
a
luz ultravioleta não passa de modo algum através das lentes.
-
à medida que a espessura
da lente aumenta, a luz que
passa através das lentes diminui.
-
é difícil fazer uma lente
de vidro sem imperfeições e com uma curvatura perfeita em ambos os lados
da lente.
Telescópios
refletores
Nestes
telescópios, a objetiva é um espelho côncavo. Como o espelho fica de frente
para a imagem, a imagem primária é refletida por um segundo espelho (espelho
secundário) para a ocular.
Um telescópio
refletor ou Newtoniano usa dois espelhos que aumentam
o que é visto.
Vantagens de um
telescópio refletor
-
não sofrem aberração
cromática porque todos os comprimentos de onda serão refletidos pelo espelho
do mesmo modo.
-
os telescópios refletores
são mais baratos de fazer do que os refratores do mesmo tamanho.
-
como
a luz é refletida pela objetiva, em vez de passar através dela, somente
um lado da objetiva precisa ser perfeito.
Desvantagens de
um telescópio refletor
- é fácil colocar a óptica fora de alinhamento.
- o tubo do telescópio refletor é aberto
para o lado de fora e a óptica precisa de frequente limpeza.
- um espelho secundário frequentemente
é usado para redirecionar a luz para um ponto de visão mais conveniente.
Este espelho e o seu suporte podem produzir
efeitos de difração: objetos brilhantes com
"pontas" (efeito "christmas star").
Telescópios catadióptricos
Neste
tipo de telescópios, a objetiva é formada por uma lente associada a um espelho.
Para igual abertura, são mais caros que os telescópios de Newton, mas mais
baratos que os refratores. São muito compactos, possuindo menos de metade
do comprimento de um refrator de Newton.
O espelho primário é um
espelho côncavo, de curvatura esférica. Como os espelhos de curvatura esférica
têm certas deficiências de convergência, sobretudo quando a curvatura é
muito pronunciada, essas deficiências têm de ser corrigidas através de lentes
corretoras.
O que eu posso ver com um
telescópio?
Existem telescópios mais
curtos e outros mais compridos. Isto afeta a observação dependendo da distância
focal do telescópio (dada pelo fabricante). Assim, por exemplo, a imagem
primária da lua cheia, se a distância focal for de 600 mm, terá o diâmetro
de 5,2 mm; se for de 1200 mm terá o diâmetro de 10,4 mm.
É comum vermos telescópios
de 66 mm de abertura no mercado em que está escrito "AMPLIA 450X". Isto
é um erro comum, avaliar o telescópio pela quantidade de vezes que amplia.
Os telescópios possuem aquilo que se chama de poder separador (resolução),
sendo uma das características mais importantes. Portanto, quanto maior for
a abertura de um telescópio, maior será o seu poder separador (desde que
tenha uma boa ótica e esteja bem alinhado). E ainda temos que levar em conta
outros fatores, tais como a transparência do céu, a poluição luminosa, etc.
Geralmente, costuma-se
calcular a ampliação máxima de um telescópio, dividindo a sua abertura por
25 (em mm) e multiplicando por 50. Ex: um telescópio de 200 mm, nas melhores
condições (muito raro), ampliará no máximo 200/25*50 = 400X. Mas como o
céu quase nunca está estável o suficiente, geralmente não se consegue a
ampliação máxima do telescópio. É muito mais agradável observar (por exemplo)
uma nebulosa com um telescópio de 200 mm a 250X do que a 400X, pois a imagem
vai ser muito mais luminosa (a imagem de 400X é maior, mas foi criada com
a mesma luz, logo é mais escura), com maior contraste e revela mais detalhes.
Dependendo da abertura
do telescópio, pode-se ver as crateras da Lua, o Sol e as manchas solares
(tomando as devidas precauções), Mercúrio (apenas como um globo apresentando
as diversas fases), Vênus (que devido à sua atmosfera dificilmente se vê
pormenores do solo), Marte (sendo visíveis as calotas polares e manchas,
e a partir de um telescópio de 100 mm permite observar detalhes do solo),
Júpiter (e as suas faixas, e com instrumentos maiores, suas 4 maiores luas),
Saturno e os seus anéis (um anel para instrumentos com baixa abertura (ex.66
mm)), Urano como um pequeno globo esverdeado (sendo necessário aberturas
superiores a 150 mm e ampliações de 300X), Netuno e Plutão são visíveis
apenas com telescópios com 200 mm de abertura, e a sua localização requer
alguma prática, e mesmo assim, apenas se veem como globos minúsculos, Cometas,
Estrelas duplas, muitas nebulosas e galáxias, e muitos outros objetos.
É preciso ter em conta
que mesmo o instrumento mais potente só pode fazer aquilo que as condições
atmosféricas deixam. Numa noite ruim (que são mais frequentes do que se
pensa) nenhum instrumento consegue fazer milagres.
Astrofotografia
É comum para o astrônomo
amador querer registrar suas observações através da fotografia. Normalmente,
os primeiros resultados não são satisfatórios, porque a imagem vista através
da ocular de um telescópio não é a mesma impressionada no filme. Depois
de algum tempo e prática, é possível conseguir imagens de objetos que estão
distantes a milhões de anos-luz da Terra.
Sem dúvida, as câmeras
digitais melhoram bastante campos chaves da Astrofotografia. Mas curiosamente,
olhando as "galerias" fotográficas de revistas especializadas temos provas
que as surpreendentes imagens a cores todavia se fazem com a tecnologia
dos nitratos de prata.
Fotografando com Câmera Manual
A astrofotografia com câmera
fixa é a forma mais fácil, acessível e simples de iniciar-se no mundo da
fotografia celeste. Não é necessário o uso de telescópios, montagens motorizadas
nem sistemas guias. Somente com uma câmera reflexa, um tripé e um cabo disparador
com trava conseguiremos captar estrelas invisíveis ao olho humano, cometas,
meteoros, etc. Ademais, a única coisa que precisamos é um pouco de paciência
e um método adequado de trabalho.
Equipamento Necessário:
-
Câmera reflexa manual
- Com modo de exposição "B" e orifício para acoplar um cabo disparador
com trava. As câmeras com obturador eletrônico não são aconselháveis,
devido a longa exposição necessária para algumas fotos.
-
Objetiva normal (padrão)
de 50 mm - Com abertura máxima (nº diafragma) de 1.8 ou menor.
-
Cabo disparador flexível
com trava, se possível com 50 cm de comprimento.
-
Tripé fotográfico - Tem
de ser robusto e estável, com cabeça articulável para facilitar a orientação
da câmera.
-
Para-sol - Impede a incidência
de luzes (faróis de carro, lanterna, etc.) na objetiva, além de proteger
a lente do sereno.
-
Filme de alta sensibilidade
(ISO 800 a 1600).
-
Ângulos cobertos por
diferentes objetivas sobre a diagonal de um negativo de 35 mm |
f (em mm) |
cobertura
(em graus) |
28 |
75 |
50 |
47 |
100 |
24 |
135 |
18 |
200 |
12 |
Tempo Máximo de Exposição:
Devido ao movimento de
rotação da Terra, os astros descrevem um aparente movimento circular de
Leste a Oeste com centros nos polos celeste Norte e Sul. É por isso que
se passarmos um certo tempo de exposição em fotografias com uma câmera fixa,
os astros não apareceram no negativo como pontos, mas sim como traços luminosos
mais ou menos longos. A medida que o campo a fotografar se aproxima dos
Polos, o movimento aparente do céu é muito mais lento o que nos permitirá
aumentar o tempo de exposição.
Campo Fotografado
|
Declinação1
|
Tempo de Exposição
|
Próximo
ao Equador |
-30º
a +30º |
8-10
s |
Próximo
ao Polo Norte |
+60º
a +90º |
20-25
s |
Zona
Intermediária |
+30º
a +60º |
10-15
s |
Próximo
ao Polo Sul |
-60°
a -90º |
20-25
s |
Estes tempos foram calculados para
uma objetiva de 50 mm. Podem variar segundo o tipo de fotografia que
desejamos realizar. |
Magnitude máxima captada:
A magnitude é dada pela seguinte
fórmula:
M = 8,4 + (5 * log D)
+ (2 * log T) - (Log F) + (2,5 * log (S/800))
Onde:
- M = magnitude limite
- D = abertura da objetiva (em
cm), focal/num f.
- T = tempo de exposição (min)
- F = focal da objetiva (cm)
- S = Sensibilidade do
filme ISO
Se utilizarmos uma objetiva
de 50 mm a f/1.8, um filme de ISO 1000 e uma exposição de 22 segundos, obteremos
uma magnitude limite de:
M=8,4+5*log(2,8cm)+2*log(0,36min)-log(5cm)+2,5*log(1000/800)
= 9,6
Na tabela abaixo podemos
ver as magnitudes limites para diferentes focais, diafragmas, tempos e sensibilidades.
Focal |
f/ |
T (segundos) |
Sensibilidade ISO (ASA) |
400
|
800
|
1000
|
1600
|
28
|
2,8
|
25,8
|
6,48
|
7,23
|
7,46
|
7,97 |
28
|
2,8
|
15,0
|
6,00
|
6,75
|
7,0
|
7,50 |
50
|
1,8
|
22,0
|
8,27 |
9,02
|
9,26
|
9,77 |
50
|
1,8
|
8,0
|
7,40 |
8,15
|
8,39 |
8,90 |
100
|
3,5
|
21,2
|
7,94
|
8,69
|
8,93
|
9,44 |
100
|
3,5 |
4,0
|
6,50
|
7,25
|
7,49 |
8,00 |
200
|
4
|
21,0
|
8,93 |
9,68
|
9,92
|
10,43 |
200 |
4 |
2,0
|
6,89
|
7,64
|
7,88
|
8,39 |
Nota: Para
facilitar os cálculos foi usado um tempo de 24 horas, porém na realidade
um astro percorre o círculo completo em 23h
56m 04s, o que se chama de DIA SIDERAL. |
A fórmula anterior é efetiva
somente para fotografias de zonas que cercam o zênite em condições de obscuridade
muito boas. Devemos levar em conta a absorção atmosférica da luz emitida
pelos astros. Em geral se consideram as seguintes perdas de magnitudes:
altura sobre horizonte |
0-15º |
15-30º |
30-50º |
perdas de magnitude |
1 a 1,5 |
0,5 a 1 |
0,5 |
Focalização da Imagem:
Devemos enfocar a imagem
com a maior precisão possível, sempre até o infinito (a ou ¥ no modo de
enfoque). Porém, é bom ter cuidado com alguns objetos não se encontram exatamente
no infinito, e sim um pouquinho antes.
Outros dados a serem
considerados são:
-
a estabilidade atmosférica,
-
a poluição luminosa,
-
a diferença entre a magnitude
fotográfica e a magnitude visual, já que os filmes normais não são igualmente
sensíveis a todo o espectro, aparecendo as estrelas azuis mais luminosas
e as vermelhas com menor magnitude.
Dado importante:
O movimento da Terra faz
com que as estrelas se desloquem a 15º/ h em nosso campo visual. Há um limite
de exposição além do qual o movimento aparente das estrelas fará com que
elas apareçam como um risco; como regra prática dividimos 1000 pela distancia
focal de nossa objetiva obtendo o tempo em segundos para a exposição. Assim,
com uma objetiva de 50 mm teremos: 1000/50 = 20 seg; para uma teleobjetiva
de 135 mm: 1000/135 = +/- 8 seg etc.
Fotografando com
uma
Câmera Digital
Atualmente vivemos na era das câmeras digitais,
facilitando e muito para os fotógrafos amadores. Antes era necessário um
conhecimento técnico quanto a tempos de exposição, abertura de
diafragma, ASA e taxa de reciprocidade do filme, paciência e muito
dinheiro para gastar em lojas de revelação, agora basta uma noite de
folga e um céu razoavelmente limpo para curtir e praticar
astrofotografia. Uma simples câmera digital abre possibilidades imensas,
não só na área de astrofotografia lunar e planetária, mas também na área
de grande campo e céu profundo.
As câmeras atuais possuem sensores muito mais
sensíveis á luz do que as antigas películas químicas, o que aliado a uma
eletrônica avançada e diversos recursos digitais incorporados, fazem com
os resultados apareçam na hora, em tempo real, permitindo que se avalie
de imediato todos os parâmetros da exposição, não necessitando fazer
extensas planilhas com uma variedade de combinações.
Câmeras digitais: vantagens e desvantagens
Como tudo na vida, sempre existe um “porém”... as
câmeras digitais facilitam nossa vida em vários aspectos mas, nem sempre
tudo são flores. Se por um lado elas são ultra- sensíveis á luz e
produzem resultados na hora, por outro elas também produzem ruídos
elevados. Outro problema muito comum com as câmeras atuais são os
recursos automáticos que tem se tornado uma verdadeira dádiva aos
fotógrafos iniciantes que não sabem nada de fotografia, e que tem se
tornado o verdadeiro tormento para os astrofotógrafos. Com a
automatização, se perde o controle sobre grande parte dos recursos da
câmera, especialmente os mais úteis como o controle do tempo, exposição,
ISO, diafragma e foco. Por estas e outras, não basta apenas comprar uma
câmera digital qualquer. Para bons resultados, é necessário pesquisar e
“pesar” os prós e contras até se chegar a um modelo interessante.
Escolhendo uma câmera digital
Para obtera boas fotografias da lua e planetas, não é
necessário grandes gastos. Uma câmera simples é suficiente. Porém alguns
pontos devem ser observados:
- Lentes pequenas, de preferência com
uma largura de no máximo 4cm;
- Foco manual ou na falta deste, modo
manual de foco infinito;
- Display grande, com no mínimo 4,5cm;
- Controle manual do tempo exposição,
de preferência variando de 2 segundos á 1/1000;
- Controle manual do diafragma;
- Controle manual de ISO, de
preferência com no mínimo ISO 100 e ISO 400;
- Controle de zoom ótico, podendo
variar bastante( 3x, 5x, 10x, etc.) Obs.: Zoom digital é
diferente de zoom ótico;
- Cronômetro interno, podendo variar
bastante (2 segundos, 10 segundos, etc.);
- Equilíbrio de branco manual;
- Modo de cores manual;
Como usa-las no telescópio
Há várias maneiras de se usar uma câmera no
telescópio, uma delas é afocal. Esta técnica consiste em acoplar a
câmera diretamente na ocular do telescópio, sem haver necessidade de
desmontar suas lentes. Para o acoplamento, pode-se usar diversos modelos
de adaptadores, podendo ser desde os artesanais até os universais.
Assim, basta apontar o telescópio para o alvo que se deseja fotografar,
seja a Lua ou algum planeta.
Um dos maiores problemas, especialmente para os
iniciantes, é como proceder o foco... geralmente a pessoa imagina que
verá uma coisa pelo display da câmera e a câmera mostra uma coisa
completamente diferente. Na maioria das vezes o foco está tão fora que
tudo que a câmera mostra é um borrão brilhante, que é muitas vezes
agravado com câmeras que possuem ajuste de exposição automático. Para
ajustar o foco pode-se retirar a câmera do adaptador e focalizar o alvo
diretamente com os olhos. Uma vez focalizado, posicione a câmera na
frente da ocular e veja através do visor. Caso a imagem fique muito
brilhante, desloque ligeiramente a câmera para o lado para que as lentes
captem parcialmente a luz que vem da ocular. Desse modo a imagem ficará
naturalmente menos brilhante e permitirá uma melhor avaliação de foco.
Pode-se usar também um pedaço de pano, papelão, tampa, etc. na bocal do
telescópio, de modo a obstruir parcialmente a entrada de luz. Qualquer
que seja a técnica, o importante é que a imagem que aparece no
display da câmera seja nítida.
Com a câmera no lugar e com o foco ajustado, é
necessário ajustar os parâmetros da câmera. Neste ponto não há uma regra
geral, o esquema é mais na tentativa e erro. Varie o tempo de exposição,
ISO, etc., até conseguir uma imagem razoavelmente boa. Uma coisa
importante quanto ao ISO é que quanto maior, maior será o ruído. Então
use ISO's baixos, no máximo ISO 400.
Como
escolher um Telescópio
Mais cedo ou mais tarde
todo astrônomo amador iniciante tem que encarar a questão sobre o que fazer
para conseguir um bom telescópio. Escolha bem seu
telescópio para que você tenha noites agradáveis
de exploração do céu, ou então, você terá um "elefante
branco" em sua casa.
O dinheiro que você pode
gastar, o peso que você pode carregar e a quantidade de observações que
você já fez a olho nu e com binóculos são pontos importantes
a se considerar.
Desconfie de qualquer telescópio
anunciado pelo alto poder de aumento, tipo: "Aumenta
450x". Normalmente estes equipamentos
são deficientes. O aumento, não é algo a se considerar quando estiver
comprando um telescópio. Você pode fazer qualquer
telescópio aumentar quantas vezes quiser usando diferentes oculares.
Mas é inútil usar um aumento muito grande num telescópio de pouca abertura.
Você não verá nada a não ser um borrão aumentado várias vezes. Apenas um
telescópio de grande abertura pode mostrar uma
imagem decente com 200x ou mais.
O principal é não
gastar muito no seu primeiro telescópio. Vá com calma. Acostume-se a
observar o céu, e os recursos que você tem a mão. A partir daí, passe
para um com melhores recursos, ou o que seu bolso pode alcançar.
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